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Voyeurismo: confira dicas de práticas seguras e consensuais

Já ouviu falar em voyuerismo? O termo surgiu da palavra em francês "voyeur", que traduzindo significa "aquele que vê".

Na prática, trata-se de uma pessoa que experimenta o prazer sexual por meio da observação secreta de outras pessoas em momentos reservados, como, por exemplo, o ato de trocar de roupa e situações mais íntimas como o próprio sexo.

O fetiche vem se tornando cada vez mais conhecido, porém, é importante enfatizar que, para colocá-lo em prática, é preciso que todas as pessoas envolvidas concordem e saibam o que está acontecendo.

Voyeurismo é um transtorno de sexualidade?

Aristides Junior, psicanalista e sexólogo, explica que voyeurismo e fetichismo são parafilias, ou seja: fantasias e práticas sexuais que fogem aos padrões socialmente instituídos. Apesar de fazerem parte do mesmo grupo, são práticas com características distintas.

"Apresentar este comportamento até certo grau é normal e não caracteriza um Transtorno de Voyeurismo." Segundo o profissional, para isso, é necessário que algumas características estejam presentes, como:

  • A recorrência do desejo sexual a partir dessa prática é elevada;
  • Existe prejuízo em outros campos da vida da pessoa, como no trabalho ou nas relações sociais;
  • O desejo foi colocado em prática sem o consentimento das pessoas envolvidas;
  • O comportamento já se estende por pelo menos seis meses.

A prática pode se tornar um problema?

Quando invade o espaço de outros sem consentimento já é um sinal de alerta. "Além do desrespeito que isso representa, o ato pode desencadear situações ilegais como o de registrar por fotos ou vídeos a intimidade alheia sem consentimento, além do compartilhamento desse material", comenta o sexólogo.

"Portanto, mesmo que exista o consentimento, é importante que a prática não seja a única forma de sentir o prazer. Ser muito dependente do fetiche pode ser uma disfunção na vida sexual da pessoa que o pratica", adverte Aristides.

As maiores vítimas de práticas sexuais sem consentimento continuam sendo as mulheres. "Para denunciar, recomenda-se juntar todas as provas possíveis do ocorrido, como registros fotográficos e prints de conversas, e registrar um boletim de ocorrência".

O Governo Federal disponibiliza o canal FalaBR, que é uma plataforma da Ouvidoria que permite receber diversos tipos de denúncia para investigação, entre elas a de assédio sexual. Além disso, é importante checar quais recursos as autoridades locais disponibilizam para suporte do cidadão, como a Delegacia da Mulher.

Há ambientes específicos para a prática do voyeurismo seguro e consentido?

Existem plataformas online onde é possível observar pessoas em práticas sexuais por meio de webcams, além da possibilidade de organizar festas com esta temática, podendo abrir sua própria câmera ou apenas observar as demais pessoas.

Uma outra opção são as casas de swing, onde existem espaços apropriados para a prática do voyeurismo com consentimento.

Além disso, sempre existe a opção de falar sobre o assunto sem tabus com as pessoas do seu círculo de confiança, principalmente se tiver um parceiro ou parceira sexual. Desta forma, podem combinar interações ou jogos que permitam esta prática de maneira saudável, respeitosa e prazerosa.

Dicas você para quem quer começar a praticar

O primeiro passo é refletir sobre o significado desta prática para você, se será algo saudável para a sua sexualidade ou se representa uma necessidade que pode se tornar um vício e gerar danos à sua saúde mental e sexual.

Depois desse momento de reflexão, um caminho pode ser explorar espaços adequados para realizar o fetiche, garantindo que as pessoas envolvidas tenham consentimento da atividade, além de ser uma forma de experimentar de uma forma segura e confortável.

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