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Orgulho gay: por que é tão importante celebrarmos e lutarmos pelos direitos LGBTQIAP+

Ser livre para viver toda a sua potência, com liberdade para existir e resistir nesse mundo da maneira como for mais gostosa para você. Este texto é sobre isso e sobre a responsabilidade de todos nós 

Por Amanda Grecco



Faz apenas 53 anos que a Revolta de Stonewall Inn aconteceu. Foi a primeira manifestação organizada contra os frequentes assédios e abusos da polícia americana com a comunidade homossexual. Stonewall Inn – um bar que existe até hoje como símbolo de resistência da cidade de Nova York – foi um dos alvos frequentes de invasão por intolerância sexual. Mas em 28 de junho de 1969, seus frequentadores resistiram à intimidação e essa resistência ganhou força, fazendo com que diversos cidadãos americanos fossem às ruas durante três dias seguidos para exigir respeito e dignidade à população gay.


Um ano depois, no aniversário da Revolta de Stonewall, a primeira Marcha do Orgulho LGBT na cidade de Nova York foi realizada com cerca de três a cinco mil manifestantes. Hoje, são milhões e milhões de pessoas que ocupam ruas do mundo inteiro para participar do evento que, aqui no Brasil, chamamos de Parada Gay.



Parada Gay ou LGBTQIAP+?


LGBTQIAP+ é uma sigla criada para abranger pessoas Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans, Queer, Intersexo, Assexuais, Pan/Poli e mais.


A sigla pode ser um pouco confusa para quem não conhece de perto os termos já que está em constante evolução para dar conta das diferentes potências que são identificadas com o passar do tempo. Você não precisa saber a definição de cabeça, mas é importante se familiarizar com os termos, já que cada letra é uma vivência e existem pessoas que só conseguem existir em liberdade porque a sigla lhes garante acolhimento e direitos.


De acordo com a ONG Orientando, uma entidade voltada para acolher pessoas de orientações marginalizadas, pessoas intersexo e pessoas cisdissidentes de qualquer natureza, a definição a sigla se explica da seguinte maneira:


L e G: Lésbicas e pessoas gays são pessoas que sentem atração pelo mesmo gênero, e por pessoas que consideram seus gêneros parecidos. Lésbicas são sempre mulheres, ou pessoas não-binárias que se alinham ao gênero mulher.


B: Bi são as pessoas que sentem atração por dois ou mais gêneros.


T: transgênero ou trans são pessoas cujo gênero designado ao nascimento é diferente do gênero com o qual se identificam. Mesmo assim, nem todas as pessoas que se encaixam nesta definição se identificam como trans; como é o caso de algumas travestis, pessoas não-binárias e outras que não vivem em culturas onde dois gêneros fazem parte do senso comum.


Q: Queer significa “estranhe”. Algumas pessoas definem sua orientação como queer por não quererem ou saberem defini-la. Queer também pode definir qualquer pessoa fora das normas de gênero, sexo e relacionamentos. “Q” também pode se referir à palavra “questionando”, já que há pessoas que não sabem qual é sua identidade.


I: intersexo são indivíduos que, congenitamente, não se encaixam no binário conhecido como sexo feminino e sexo masculino, em questões de hormônios, genitais, cromossomos, e/ou outras características biológicas.


A: a letra A pode ser definida pelos assexuais, pessoas que nunca, ou que raramente, sentem atração sexual; pelos arromânticas (quem nunca ou raramente se apaixona) e agêneros (que não possuem gênero).


P: representa a categoria pan, que sente atração por todos os gêneros, ou independentemente do gênero e pelas pessoas poli, que sentem atração por muitos gêneros.


+: o símbolo representa pessoas não-cis que não se consideram trans (ou não-binárias, ou agênero), e por todas as outras orientações que não são heterossexual.



Motivos para continuar a luta


Mesmo com os direitos conquistados, é importante lembrarmos que existem 69 países no mundo em que é crime exercer a sexualidade de forma não tradicional. Isso quer dizer que gays, lésbicas, transexuais e toda a comunidade não heteronormativa pode estar sujeita à prisão, tortura e até pena de morte. Além disso, faz apenas 32 anos que a Organização Mundial da Saúde (OMS) tirou a homossexualidade do rol internacional de doenças.


No ano passado, o Brasil registrou 300 mortes violentas de pessoas LGBTQIA+, totalizando uma morte a cada 29 horas. O Grupo Gay da Bahia divulgou uma pesquisa mostrando que 35% dos casos foram registrados na região nordeste e 33% no sudeste.



Causa de todos nós


Não importa a sua orientação sexual. Se vivemos em um país em que existem pessoas que ainda são mortas ou tiram a própria vida por não seguirem o padrão sexual e afetivo, essa sociedade torna-se doente para todos. É por isso que ser indiferente à causa LGBTQIA+ não é suficiente, sendo necessário ouvir, se informar e descobrir formas de apoiar a luta, mas sempre respeitando o protagonismo da comunidade.


Encontramos o guia prático para não ser uma pessoa LGBTfóbica, desenvolvido pela @transcendemos_ e ele contém todo o beabá para evitar constrangimentos e incentivar o respeito às pessoas da comunidade. Dá uma olhada:

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